02 janeiro 2006

Coisa de criança...

Minha namorada diz que videogame é coisa pra criança. E que eu nao tive infancia.

Bem, tem gente que realmente nao teve a merecida infancia. Infancia pra mim é voce correr na rua, soltar pipa, jogar bola, ganhar dos otarios na bola de gude, dar tapa na cabeça do nerd da escola, brincar de salada-mista (um homem, varias garotas...eeee!) e...jogar videogame. Sim, videogame foi uma das coisas mais fantasticas que ja apareceram no reino infantil, depois do gravador cassete, dos instrumentos musicais e dos brinquedos eletricos. Na boa.

Da minha infancia eu lembro bem do saudoso "Ministrek" vendido aqui no Brasil pela Trol (?). Era um jogo de placas negras todas furadinhas, e pecinhas em varios formatos e cores. Ponto, traço, L, quadrado grande, traço grande, etc. Voce desenhava com "mosaicos". A partir dali ficou facil entender a organização da tela de um computador.

Outro negocio legal era o autorama da estrela...pena que hoje em dia relegado a segundo plano e a um preço estratosferico. Alias, sempre foi estratosferico.

Nem todo mundo teve pai rico. Eu por exemplo nao tive. Lembro-me o quanto eu reclamei quando nao pude ter um Genius da estrela, ou entao o Stratus. Vertiplano entao, nem pensar!!!. Autorama era coisa que só ricos podiam ter. Aquele robot Ar-Tur??? Só mesmo na casa dos filhos da Vaní, que tinham dinheiro pacas.

Daí vem a fase adulta. Onde trabalhamos e podemos comprar nossos "Brinquedos". Daí vem a onda do colecionismo. Talvez, para alguns, o colecionismo é uma forma de dar uma banana a infancia pobre. Eu nunca pude ter um Amiga 500. Nem um CP-500. Nem um Apple //e. Nem o melhor videogame do momento. Alias, eu só ganhei o Odyssey porque eu fui atropelado e meu saudoso pai ficou com pena! Mas mesmo assim foi pisada na bola dele, porque eu queria mesmo era o Atari...eu avisei que queria o atari...Eu reclamei (muito) que eu queria era o atari...Mas ele trouxe o Odyssey. Bem...2 horas pra descobrir todos os macetes do formula 1 e do interlagos. Precisa nem dizer que perdeu a graça né? :oP

Pois bem, quando minha namorada fala que eu tenho que jogar todas essas minhas tralhas fora, eu vejo como teve gente que nao aceita se remeter a infancia perdida. Eu assumo, com todas as letras, que hoje eu faço questao de ter os brinquedos que eu nao pude ter! Alguns gostam de dar aos filhos, fazendo-os um espelho do que nao foram. Eu nao, eu gosto é de brincar!!! É uma cena hilaria, um cliente ou um amigo chegar aqui em casa e me ver na varanda brincando sozinho de vertiplano :o) Por mais sem graça que seja, é um brinquedo que eu gosto pacas :o)

E os videogames e computadores? Ah, eu sempre fui um afficionado por videogames. Nao, viciado é drogado, viciado é aquele que nao consegue se afastar do seu "vicio". É aquele que é biologicamente ligado a um atrativo fisico. Eu nao, eu sempre fui fascinado pela tecnologia e pelo desafio dos videogames. Do "sentar-o-traseiro-e-virar-o-jogo", ou "desmontar-tudo-reformar-botar-novinho-e-usar". Eu sempre gostei de restaurar, taí o meu WSX, procurem no www.tabajara-labs.com.br

E os computadores antigos...Quem disse que eu pude ter um MSX? Ate pude, a porcaria do Hotbit...Sem megaram, sem kit 2.0, sem nada. Só tive um drive, mesmo assim porque vendi meu apple ][+. Mas "nao dava pra fazer nada", embora naquela epoca eu queria mesmo era jogar. Hoje é diferente, eu nem jogo tanto, eu gosto é de futucar no hardware dele, eu devo ter uns 10 MSX...sem exagero...

O mundo dos micros e videogames antigos é fascinante. Mas normalmente só para quem viveu este mundo as margens, querendo e nao podendo. Desejando e nao alcançando. Talvez seja um "revival" da infancia pobre, e um ponto de orgulho por agora poder ter os brinquedos impossiveis de outrora. Ou talvez admiração pela beleza e pela tecnologia. Ou um misto dos dois. Nao importa...O que importa é o prazer que o colecionador sente ao ver seus brinquedos.

Que sejam inuteis, mas sao meus! :oD

Nenhum comentário:

Postar um comentário