Eu sempre tive proficiencia em ingles. E em outras linguas. Claro que eu vivia de dicionario na mao, mas isso nao me importava. Meu segundo computador (um TK90X) eu ganhei aos meus...12, 13 anos, nao me lembro bem. E o que tinha de bom, eram as revistas importadas. Your Sinclair, Sinclair User, uma espanhola que nao lembro o nome...E eu entendia, marromeno, o que tava la.
Tinha um vizinho, o Luis...Ele era comissario de bordo e (felizmente) botou na cabeca do meu pai que eu tinha que aprender ingles. Eu, criançao, nao queria saber de MAIS uma coisa pra estudar. Queria que me deixassem em paz com meu computador em casa. Porem por insistencia do papai, la fui eu pra Cultura Inglesa de Madureira. Na epoca que era naquele predio vermelho ao lado do viaduto Negrao de Lima.
Chegando la, fui me matricular. Nao entendi como aceitaram a matricula de um moleque de 14 anos desacompanhado dos pais. Mas ok, fiz minha matricula muito a contragosto, e enquanto a moça da secretaria procurava uma turma com vaga, eu ia lendo o nome das pessoas que estavam nas turmas. Parenteses, eu leio uma pagina mais rapido que voce le um paragrafo. Entao a moça foi passando as paginas, e eu encontrei la o nome da minha namorada na epoca. Elisama (nao vou por o nome todo aqui em respeito a privacidade da moça). Pronto, fechou, quero ficar nessa turma ai :) Graças a Elisama, foi muito mais "macio" entrar na Cultura Inglesa.
Beleza, comecaram as aulas, no primeiro semestre eu SO TOMEI BOMBA. Acho que a media foi 5,6 ou alguma coisa assim. Eu fiquei desapontadissimo, meus pais, piores ainda. E eu decidi que ia mudar aquilo. Ja que eu ja estava la (com aquele monte de mulher bonita na sala), eu tinha que fazer bonito. Chamei a professora, a saudosa Luiza Helena Armelau (Love ya, teacher! <3 e="" ela="" essora="" falar="" fazer="" igual="" ingles="" lata="" na="" o="" p="" para="" perguntei:="" que="" respondeu="" tenho="" voce="">
"Aprenda a pensar em ingles"
Sabe aquele momento WTF, que tua cabeça dá tela azul?
Eu vou resumir uma longa historia, na dica mais importante que eu tive.
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- Primeiro voce tem que associar palavras aos objetos. Olhe pra uma mesa e pense "table". Olhe pra uma cama e pense "bed". Olhe pra um gato e pense "cat". Voce pegou a ideia, né? NAO TRADUZA. Olhe o objeto, pense o nome em ingles. Sem pressa.
- Agora, faça pequenas frases. Shakespeare nao aprendeu ingles da noite pro dia. Olhe pra uma cama e pense "This is my bed". Olhe pra uma mesa e pense "That is a table". Olhe pro gatinho e pense "the cat is beautiful" e por ai vai. Mais uma vez, nao tenha pressa. É um habito que vai se formar
- Agora é a vera!!! Comece a pensar em frases complexas, tipo "I want to sleep in my bed tonight" ou "I will have dinner in my house", ou ainda "It is nice to have a clean table" e por ai vai.
Tente, é facil! Nem precisa me agradecer, a culpa é da Luiza. E nem é aquela que está no Canadá :D
Tio,
ResponderExcluirTambém tive uma infância( dos 10 aos 15) onde tinha que me virar sozinho...e aprender inglês foi fácil vendo filmes legendados e lembrando certas frases...curtas no inicio e longas depois que se pega a prática.
Mas outro ponto de sua narrativa sobre como um moleque de 14 anos pode se matricular em uma escola sozinho...aconteceu comigo e mudou minha vida...eu morava no interior do Amazonas...Tabatinga...e um amigo de meu pai trabalhava em um banco...no caso o Bradesco...e já pelos idos de 1982 existia a Fundação Bradesco. O banco tinha umas publicações que falavam da escola, de suas instalações, etc, etc... e eu sempre sonhei em poder estudar na Fundação Bradesco.
Acabei vindo para Manaus com 10 anos e fiquei um ano de férias...foi uma mudança brusca...mas que me fez querer estudar...havia passado um ano inteiro jogando bola, peteca(bolinha de gude), peão, cangapé (prego no cabo da vassoura), corria na chuva, subindo nos pé de abiu (tem um fruto que deixa os lábios grudados), abacate, ingá, caju, manga e jambo.
Então sai por conta própria atrás de uma escola e consegui me matricular em uma escola estadual que ficava distante uns 5 Km a pé de minha casa...
Fiz a matricula e iria iniciar as aulas na semana seguinte, quando decidi ir ao centro da cidade ver um filme.
Após pegar o ônibus em direção ao centro, vejo uma placa em um antigo terreno baldio onde dizia: Futuras instalações da Fundação Bradesco...
Desci do ônibus como um louco e corri para o prédio em construção...nele estavam fazendo as matriculas dos novos alunos...eu conversei com algumas pessoas e fui informado que precisava do responsável. Persisti tanto que consegui vencer no cansaço a resistência da orientadora...ela me deu uma vaga, depois de toda a minha história contada dezenas de vezes, e iria aguardar minha documentação para a matricula e minha mãe quando chegasse de viagem.
Outra vez viajei para uma cidade do interior, onde meu pai morava, sem nenhum tostão no bolso...entrei no barco e disse que meu pai morava na cidade tal e que lá ele iria pagar a passagem...
Bons tempos em que não haviam tantos perigos como nos dias de hoje...ou éramos mais aventureiros que as crianças de hoje?
Grande tabajara legal a sua historia...
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