Ah, as historias do meu passado :o)
Quando eu era casado, eu morava em um cruzamento. Um lugar tranquilissimo, bem arborizado, rua de paralelepipedo, mas um cruzamento. Eu em um vertice, e o bar do Tiririca (nome ficticio) no outro vertice. O "bar" era na realidade um pe sujo da pior qualidade, com muita cachaça e uma maquina de musica.
Maquina essa, que tocava musica infernalmente, o dia inteiro.
A tarde inteira.
A noite inteira.
A madrugada inteira.
E assim passavam os dias, nao dava pra ter sossego em casa. Nao adiantava pedir pra abaixar, o filho duma ronca e fuça nao abaixava. E se abaixava, os bebuns aumentavam a musica infernal.
Eu era casado com a Wandinha, e ela sempre muito calma, muito tranquila, um dia falou algo do tipo "Se nao pode vence-los, junte-se a eles..."
O_O
IDEIA!!!
Peguei 10 conto, fui ate o outro lado da rua, comecei a conversar com os bebados, 2 minutos depois botei os 10 miau na maquina, 20 creditos, podia escolher minha musica.
20 vezes Faroeste Caboclo.
20 vezes 9:03 de musica
Mais de 180 minutos de musica...
Eu sentei na minha calçada, apreciando a musica e o dono do bar quis tirar. Eu gritei "NAO ABAIXA A MUSICA NAO QUE EU QUERO OUVIR DAQUI. SE VOCES PODEM INFERNIZAR A VIZINHANCA COM AS MUSICAS DE CORNO DE VOCES, EU POSSO INFERNIZAR COM AS MINHAS"
O cara ameaçou desligar a maquina. Eu gritei "SE DESLIGAR A MAQUINA ANTES DE ACABAR MINHA MUSICA, EU LIGO PRO ZAMBELONI QUE E O DONO DA MAQUINA E É MEU AMIGO, E MANDO TIRAR ESSA PORCARIA DAI"
O Tiririca fechou a cara, deixou tocar todas as 20 vezes a "musica infernal" como ele dizia. Boa parte da renda daquele bar, vinha da maldita maquina de musica. Que alias, oh ironia! Fui eu que projetei.
Nunca mais houve barulho na minha vizinhança.